Gasolina sobe para R$ 4,31 - veja onde abastecer por menos
25/07/2019
A alegria dos motoristas durou pouco, e os preços dos combustíveis no Distrito Federal (DF) voltaram a subir. A gasolina comum, que até a última sexta-feira (19/7), era vendida em torno de R$ 3,98, agora é encontrada, em média, a R$ 4,31. Levantamento feito pelo Correio, em 31 postos do DF, mostra que apenas 10 vendem o combustível abaixo de R$ 4,20.No Plano Piloto, a gasolina mais em conta é vendida pelo posto Shell, da 115 Sul (R$ 3,99), no Petrobras da 106 Sul (R$ 3,99) e no Ipiranga da 204 Norte (R$ 4,14). Na EPTG, o combustível varia entre R$ 3,99 e R$ 4,19. Já em Taguatinga (Centro), os menores preços estão nos postos Petrolino (R$ 4,15) e Nenen's (R$ 4,19). No SIA (trecho 1), o posto Petrobras também venda a gasolina por R$ 4,19. Na maioria dos postos, os pagamentos em dinheiro e a débito saem mais barato.
Para Hildo de Souza, estudante de engenharia civil de 23 anos, a elevação dos preços é muito prejudicial, já que depende do carro para chegar ao trabalho todos os dias. “Fiquei muito contente quando o preço caiu para quase R$ 4, mas não durou muito. Para mim, que saio do Guará e vou trabalhar no Noroeste todos os dias, é bem complicado. Mesmo uma pequena variação de preços afeta bastante o bolso. Só para chegar ao trabalho, gasto uns R$ 500 com gasolina. Imagina agora que o preço subiu”, alega Hildo, que, mesmo utilizando o carro apenas quando necessário, e incluindo o transporte público na rotina, ainda tem dificuldades em economizar com combustível.
O presidente do Sindicombustíveis do DF, Paulo Tavares explicou, em entrevista ao CB.Poder, parceria do Correio com a TV Brasília, que os preços salgados ocorrem para que o revendedor não perca sua margem de lucro, e ressaltou que os impostos representam 43,8% do preço das bombas. Porém, ele alerta que, se estiver abaixo de R$ 4, pode haver alguma adulteração no combustível.
Segundo Tavares, hoje, o preço de custo da gasolina é, em média, R$ 1,80. No entanto, ao somar a carga tributária, os ganhos da distribuidora e o lucro dos revendedores, o valor sobe para acima de R$ 4. "Juntando os custos da refinaria e os dos impostos, a gasolina custa R$ 3,70, esse é o piso. Mas a distribuidora precisa ter o seu ganho também, pois é ela que cria os aditivos, dá pontuações de programas de fidelidade, faz o marketing, cria postos com uma série de conveniências para o consumidor", afirma o presidente do Sindicombustíveis-DF, que culpa as diferentes cargas tributárias dos estados pelos preços elevados. “Enquanto o distribuidor tem um lucro de R$ 0,10 a cada litro vendido, os impostos representam R$ 1,2”.
Risco de adulteração
A queda dos preços de combustíveis, quando não há uma redução significativa no cálculo do ICMS ou no repasse da Petrobras, pode ser prejudicial tanto para os donos de postos quanto para os consumidores. Paulo Tavares, que também é empresário, contou que fechou o posto dele por cinco dias, porque não conseguiu acompanhar os preços mais baixos desde a última semana, que chegaram a R$ 3,86 o litro em algumas revendas do Plano Piloto. Além disso, existe a possibilidade de adulteração na gasolina, segundo o representante dos postos do DF. Por isso, é preciso que o consumidor tenha a atenção redobrada e peça ao frentista fazer o teste de qualidade para saber se a gasolina não foi adulterada.
Com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Tavares informou ainda que, nos últimos dois anos, o consumo de combustíveis encolheu 26%, passando de 90 milhões de litros por mês para 65 milhões de litros mensais. Esse perda tem a ver não apenas com a conjuntura econômica, de desemprego e perda do poder de compra da população, mas também com a mudança nos costumes. Muito mais pessoas usam transporte por aplicativo, como carro, bicicleta e patinete.
Fonte: Correio Braziliense